Provavelmente tudo já foi escrito sobre O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972). Provavelmente, pois nada é definitivo. Ainda mais para um filme cheio de nuances, que possibilita releituras a cada revisão. Um dos maiores filmes de todos os tempos, aquele que definiu os filmes de máfia, o início de uma das melhores trilogias da história. Não sou o único a afirmar isso.
Unanimidade da crítica
Antes de discutirmos os valores do clássico, vale relembrar o que alguns dos principais críticos de cinema do Brasil e do mundo escreveram.
“,,,Coppola (a partir do livro de Mario Puzo) fez um episódio lendário, que fala de valentia, gênio, imigração, pertencimento, corrupção, morte. Enfim, da América, sua vitalidade e mazelas”, avalia Inácio Araújo no texto O Poderoso Chefão é Síntese da América, na Folha de São Paulo. Inácio tem poder de síntese admirável.
O filme “conseguiu ser favorito da crítica e campeão de bilheteria ao mesmo tempo, provocando polêmica ou até indignação em todo o mundo ao descrever uma corporação criminosa como metáfora da América”, ressalta Edmar Pereira, tido por colegas como o crítico de mais belo texto do país, em análise publicada originalmente no Jornal da Tarde e republicada no livro Razão e Sensibilidade, coletânea de textos seus editada pela Coleção Aplauso.
“O Poderoso Chefão é contado inteiramente em um mundo fechado. É por isso que simpatizamos com personagens que são essencialmente maus. (…) é um brilhante ato de conjuração, convidando-nos a considerar a Máfia inteiramente em seus próprios termos. Don Vito Corleone (Marlon Brando) surge como um personagem simpático e até admirável; durante todo o filme; esse criminoso profissional ao longo da vida não faz nada do que possamos realmente desaprovar”, afirma o maior de todos os críticos de cinema, Robert Ebert.
“S e alguma vez houve um ótimo exemplo de como os melhores filmes populares surgem de uma fusão de comércio e arte, The Godfather é isso”, concluiu a rainha da crítica cinematográfica, Pauline Kael. Ela que detonou outra obra-prima do cinema, 2001: Uma Odisseia no Espaço.
“É um trabalho magistral que merece a sua reputação. Coppola estabeleceu boa parte das regras do jogo do cinema dos anos 70 com o seu domínio técnico. As set pieces audaciosas, viscerais e pomposas são hoje uma lenda – a cabeça do cavalo na cama, a matança de Sonny, as cenas entrecortadas entre uma festa de casamento ensolarada no jardim e o séquito de Don Corleone…”, relembra Angela Errigo no livro 1001 Livros Para Ver Antes de Morrer.
O Poderoso Chefão encabeçou a lista dos 100 melhores filmes de Hollywood divulgada em 2016 pela The Hollywood Reporter – a votação reuniu 2120 membros da indústria, entre diretores, donos de estúdio, vencedores do Oscar, produtores, agentes, roteiristas e outros insiders.
Está no top 100 do livro Guia Ilustrado Zahar de Cinema do crítico e historiador Ronald Bergan. Nesta lista entram apenas um filme por cineasta e a ordem é por ano de lançamento.
Contexto
Essas citações são para reforçar que o longa é uma unanimidade, marco histórico para o cinema mundial, especialmente da Nova Hollywood. Período mais criativo na trajetória da produção cinematográfica dos Estados Unidos, quando uma geração de jovens diretores baby boomers influenciados pela Nouvelle Vague e o Cinema de Autor, foram contra o status quo do cinemão americano e criaram, entre o fim dos anos 60 e a virada dos anos 70 para os 80, algumas das maiores pérolas da sétima arte, época iniciada por Bonnie & Clyde: Uma Rajada de Balas (1967) e Easy Rider (1969).
Francis Ford Coppola pode ser considerado um dos expoentes dessa geração. Estudou Cinema na UCLA – Universidade da Califórnia em Los Angeles. Era espécie de mentor para George Lucas, seu amigo. Recebeu o Oscar de melhor roteiro adaptado, ao lado de Edmund H. North, por Patton: Rebelde ou Herói? (1970). Na década de 70 faria ainda os dois O Poderoso Chefão (em 1972 e 1974), A Conversação (também de 1974) e Apocalypse Now (1979). São todos filmes respeitados, premiados, presentes em listas de melhores da década, do século, da história.
Hoje Coppola soma 48 prêmios e mais de 50 indicações. São Cinco estatuetas douradas da Academia: além de Patton, outras quatro pela saga da família Corleone: Roteiro Adaptado pela primeira parte e Filme, Diretor e Roteiro Adaptado pela segunda. Seria um dos responsáveis, mesmo indiretamente, pela concepção do blockbuster. Detalharei isso um pouco mais à frente.
Por tudo isso é curioso notar como a pré-produção e a realização de O Poderoso Chefão tenham sido mergulhadas em caos. Começando pela maneira como Mario Puzo conseguiu financiar o livro: chegou ao produtor Robert Evans e confessou ter uma dívida de US$ 11 mil – era ameaçado por credores, agiotas. Saiu com um contrato de US$ 12 mil e a publicação viraria sucesso comercial.
Marlon Brando recebe a prótese do dentista.
São lendárias as brigas que Francis Ford Coppola enfrentou. Contra o próprio Evans e outros mandas-chuvas da Paramount que o consideravam jovem demais para um projeto de tamanha envergadura – faria 33 anos em 1972. O próprio Coppola hesitou em encarar a empreitada: considerava filmar a partir de livros algo menor, não tão nobre quanto realizar obras autorais.
Queriam impor atores famosos nos papeis principais e se recusavam a contratar Marlon Brando, que achavam problemático e acabado, e Al Pacino, que entendiam ser baixinho demais. Esse tipo de tentativa de imposição versus a firmeza dos realizadores seria comum nos grandes filmes dos anos 70 – o mesmo ocorreria em Rocky, Um Lutador, Superman e outros.
Mesmo com o Oscar por Patton no currículo, foram necessárias muitas brigas para impor sua vontade, numa típica atitude dos jovens diretores da Nova Hollywood: os chefes de produção representavam a Velha Hollywood, geração ultrapassada, conservadora. O cineasta desejava, por exemplo, que os atores tivessem sotaque dos imigrantes italianos em Nova York. Gravou num teste, inclusive, a voz do pai de Martin Scorsese, em Little Italy.
Durante as filmagens, teve conflitos com seu diretor de fotografia, Gordon Willis. Este último pedia que os atores seguissem suas marcações, enquanto o diretor defendia a liberdade dos intérpretes. Conforme relata Peter Biskind no livro Como a Geração Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Salvou Hollywood, o embate serviria para catalisar o talento de ambos atuando em prol do filme, que ganharia celebrada fotografia em chiaroscuro (de fortes contrastes tonais) e atuações históricas, eternizadas.
O filme
O início de O Poderoso Chefão é impressionante. Enquanto no jardim da mansão há uma festa de casamento extremamente rica em detalhes, repleta de extras, coadjuvantes, tudo esplendorosamente bem ensaiado, coordenado, no interior da mansão da família Corleone nos deparamos com um cômodo extremamente escuro, onde vemos as lamentações de Bonasera (Salvatore Corsitto), que teve a filha violentada e quer vingança.
Aos poucos a câmera se afasta, em movimento que seria imitado à exaustão no cinema para revelar alguém importante da trama. Eis que surge Marlon Branco e seu Don Vito Corleone, de presença arrebatadora, voz gutural e tranquila, e das bochechas preenchidas pelas próteses criadas por um dentista (o ator queria que seu personagem parecesse um bulldog) e gestos papais.
Conhecemos praticamente todos os envolvidos no tabuleiro da trama. Don Corleone é o estrategista, o padrinho e patriarca atencioso. Tem quatro filhos: Sonny (James Caan) é o mais velho, casado (a esposa está grávida) e mulherengo, é o herdeiro direto do “trono”; Fredo (John Cazale), o do meio, é inseguro, atrapalhado; há Connie (Talia Shire, irmã de Coppola), de ar infantil e que está casando, e o mais novo Michael (Al Pacino), militar, alheio aos assuntos da família. Tom Hagen é o irmão adotivo, advogado e consigliere do patriarca.
Os inimigos também estão na festa. Sabe aquele ditado de deixar os inimigos por perto?
Pois é, na saga aprendemos algumas lições: consigliere é uma posição dentro da estrutura de liderança da máfia siciliana e americana. O conselheiro do capo (o líder, CEO?), principalmente para temas estrategistas.
Da voz e da mente de Vito também aprendemos: jamais devemos revelar nossos sentimentos frente ao inimigo, não deixá-lo perceber o que pensamos.
Só a sequência inicial valeria o ingresso, o tempo investido. Coppola usa tudo que aprendeu nos filmes noir, de gangsteres, nas revistas pulp, produtos geralmente considerados de valor cultural menor, e transforma em arte respeitável. Os atores foram escolhidos a dedo. Os protagonistas possuem feições sutis, enquanto os capangas têm narizes e queiros largos, são expressivos à enésima potência e não precisam fazer esforço para isso.
São quase três horas de câmera parada, extremamente bem colocada, enquadramentos excepcionais, observando o vai e vem dos envolvidos, os diálogos, algumas cenas externas, mas tudo devidamente bem montado por William Reynolds e Peter Zinner e embalado pela magnífica e imortalizada trilha sonora vencedora do Grammy assinada por Nino Rota (dos filmes de Federico Fellini). O tempo passa sem percebermos. O roteiro, por sinal, só vai nos apresentar o verdadeiro algoz lá do meio para o terceiro ato.
Das cenas mais impactantes do cinema nos anos 70, algumas estão neste filme. Quando Johnny Fontane (Al Martino, vivendo um alter ego de Frank Sinatra, que tinha amigos mafiosos) reclama ao padrinho para que interceda junto a um todo poderoso produtor de Hollywood, e este o escale numa superprodução e revigore sua carreira, descobrimos o que é uma “proposta irrecusável”. Hagen é enviado para negociar com o figurão, que o rejeita proferindo frases racistas e xenófobas. Quando acorda, na manhã seguinte, o produtor encontra a cabeça de seu milionário cavalo, decepada, embaixo do cobertor. Chocante, desesperador.
A morte de Sonny remete diretamente à de Bonnie e Clyde no filme de 1967. Era a Nova Hollywood fazendo auto referência.
Ambas as cenas têm vários pontos em comum: há a armadilha, um sujeito envolvido na emboscada que se abaixa para não ser acertado pelos tiros (no longa de cinco anos antes era o cara que esperaria o casal e se joga embaixo do carro, e aqui o funcionário da cabine do pedágio), e as vítimas fuziladas e com as roupas e os corpos cheios de buracos de balas. Tarantino repetiria o estilo na “vingança” dos judeus ao fim de Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009), na cena dentro do cinema.
É impressionante notar como Coppola nos manipula. Nos faz torcer por sujeitos impiedosos, cruéis, assassinos, machistas. Toda a trama é centrada nos membros das “famílias”. A palavra “máfia” nunca é citada. Não vemos civis sendo assassinados ou sofrendo as consequências do ato mafioso. Há os Corleones, os traidores e famílias rivais.
Importante ressaltar o universo extremamente masculino retratado no universo da família. As mulheres não têm voz. Sequer sabemos o nome da matriarca (Morgana King, creditada como Mamma Corleone). Connie é considerada o bibelô, o elo fraco entre os irmãos e apanha constantemente do marido Carlo.
Kay Adams (Diane Keaton), uma WASP (Branca, Anglo-Saxã e Protestante) sonhadora. A noiva de Michael. Ela e o noivo caminham e passam por uma banca de jornal. Ela lê a manchete da tentativa de assassinato de Vito. Michael vai à cabine telefônica e, neste momento, vemos a exclusão dela. Ela não tem sangue siciliano.
Este primeiro gesto será concluído na cena final, quando os capangas fecham a porta da mesma sala escura da mansão mostrada no início da história, agora com Michael no papel do novo Don. Percebam a transformação dos figurinos (em belo trabalho de Dean Tavoularis) de Kay: iniciam coloridos, vistosos, e vão perdendo a cor, o brilho, ficando dessaturados, acompanhando sua posição e seus sentimentos no filme.
E ainda temos Apollonia (a bela Simonetta Stefanelli), a esposa de Michael em seu exílio siciliano. O jovem simplesmente abandona Kay, parte em fuga à Itália. Lá, se apaixona e se casa novamente, sem citar a antiga relação. Apollonia é assassinada. Michael retorna e procura Kay, sem dizer algo sobre o relacionamento italiano.
Não se trata do machismo do diretor ou do roteirista propriamente, mas em retratar este ambiente. Décadas depois Scorsese faria O Irlandês (The Irishman, 2019), no qual mulheres praticamente não falam. O veterano diretor citaria O Poderoso Chefão em várias cenas: o banheiro do restaurante, quem senta atrás no carro e por aí vai.
Agora, sem querer ser herege. Longe disso. Sou profundo admirador de toda a trilogia. Duas cenas, vistas atualmente, trazem pequenos problemas. Antes de ser cruelmente assassinado, Sonny, cansado de ver a irmã apanhar do cunhado, decide ir atrás de Carlo. E podemos ver um soco dele sequer encostar no rival. O cinema de ação, das lutas, ainda estava em aperfeiçoamento, com os títulos de artes marciais virando populares na mesma década e só nos anos 80 o cinemão de ação ganharia alto padrão de qualidade. Certamente filmar socos e pontapés não era o forte de Coppola.
Quando vai ao restaurante matar Sollozzo (Al Lettieri) e o policial corrupto Mark McCluskey (Sterling Hayden, de Dr. Fantástico, 1964, de Stanley Kubrick), Michael atira na testa do segundo que, mesmo com sangue escorrendo da testa e baleado novamente, ainda cambaleia, mexe os olhos e só depois cai.
Vejam só, são duas bobagens que jamais comprometem o resultado final, toda a influência e o legado deste clássico. Porém podemos refletir: obras primas não precisam ser perfeitas.
Legado
O Poderoso Chefão não apenas modificou a fama dos “filmes de máfia”, influenciando de Scorsese a Tarantino e Fernando Meirelles (em Cidade de Deus). Também abriu caminho para os blockbusters. Isso mesmo. Não foram nem Tubarão (Jaws, 1975, de Steven Spielberg) nem Star Wars (1977, de George Lucas). O modelo de lançamento “arrasa quarteirão” iniciou com The Godfather.
Antes os grandes filmes estreavam primeiro nos principais cinemas das grandes cidades. Só após o êxito nestas salas iam para os demais bairros, cinemas menores, periféricos e outros municípios. O longa de Coppola não: estreou em diversas redes de exibição ao mesmo tempo e mudaria o tipo de negociação feita entre distribuidores e exibidores, fazendo estes pagarem mais pelo filme e de maneira adiantada, garantindo lucros exorbitantes aos estúdios. A primeira parte da saga Corleone se tornaria, naquela época, a maior bilheteria de todos os tempos, superando …E o Vento Levou (1939), que precisaria de vários relançamentos para voltar ao topo.
A obra ressuscitaria a carreira de Marlon Brando – vencedor do Oscar pelo papel e que enviaria uma atriz fantasiada de indígena em seu lugar para receber a estatueta, em protesto pela maneira como os índios eram retratados em Hollywood.
Transformaria Al Pacino e James Caan em astros.
Vários dos atores da Parte 1 reapareceriam em muitos dos grandes filmes dos anos 70. Brando estaria em Apocalypse Now, outro de Coppola (e o diretor novamente teria uma produção extremamente conturbada) e receberia milhões por pouco tempo de aparição em Superman, num dos contratos mais bem feitos da história.
Talia Shire faria sucesso ao viver Adrian na série Rocky, ao lado de Sylvester Stallone.
Diane Keaton viraria a musa de Woody Allen.
E há John Calaze, que merece um espaço à parte.
Ele seria figura presente em alguns dos principais lançamentos da década: voltaria a trabalhar sob direção de Coppola na Parte 2 e em A Conversação (os dois de 1974), em Um Dia de Cão (1975), onde contracenaria novamente com Al Pacino, e O Franco Atirador (1978, de Michael Cimino).
Enquanto filmava, Cimino soube que o ator enfrentava um câncer e insistiu para que as cenas dele fossem filmadas antes dos colegas. Quando o estúdio soube da situação, quis retirar Cazale. Sua então noiva e parceira de elenco, Meryl Streep, ameaçou se demitir caso isso acontecesse. Ele faleceu aos 42 anos em Nova York, devido a ao câncer ósseo poucos dias após o término das filmagens.
Coppola viraria o Rei da Nova Hollywood e um acontecimento reflete esse momento (narrado em Como a Geração…).
Era madrugada em 1972. Após festa na casa do famoso agente Freddie Fields, três homens saíram em dois carros durante a madrugada.
Na limusine de Francis Ford Coppola – que o diretor ganhou da Paramount quando O Poderoso Chefão alcançou US$ 50 milhões em bilheteria – estavam ele, William Friedkin (de Operação França) e a atriz Ellen Burstyn (que faria O Exorcista sob direção do segundo no ano seguinte).
O automóvel para no semáforo e, ao lado, a caminhonete dirigida por outro membro da festa, o diretor Peter Bogdanovich, então a grande sensação entre os jovens diretores da Nova Hollywood.
Friedkin percebeu Bogdanovich, subiu pelo teto solar da limusine e gritou uma citação de uma crítica ao seu filme:
– O mais empolgante filme americano dos últimos 25 anos. Oito indicações ao Oscar, cinco prêmios, inclusive melhor filme — mostrando “5” com a mão.
Bogdanovich riu e não se fez de rogado, repetindo uma citação de uma outra crítica para sua mais famosa obra.
– A Última Sessão de Cinema é o filme que vai revolucionar o cinema.
Ainda ironizou: “Oito indicações ao Oscar, e o meu filme é melhor que o seu.”
Coppola colocou a cabeça para fora e concluiu a brincadeira:
– O Poderoso Chefão. 150 milhões de dólares nas bilheterias.
Por mais audaciosos que fossem, artistas, e contra o “sistema”, a grande bilheteria da primeira parte colocou, para valer, essa geração de cineastas no topo dos estúdios e da indústria hollywoodiana. Ganhou continuação mais premiada ainda (a primeira e única a repetir o Oscar de Melhor Filme), Viraria até videogame.
Passadas tantas décadas, o primeiro O Poderoso Chefão permanece clássico absoluto e atual. Serve de metáfora para tantas situações contemporâneas.
Para a jornada dos imigrantes que são marginalizados e relegados a um mundo próprio. Lembram de Bonasera? Sem encontrar resposta no estado oficial, recorreu ao Padrinho por justiça. O mesmo ocorre em inúmeras comunidades Brasil afora: as pessoas excluídas pela sociedade encontram, no tráfico, nas milícias, a proteção e a segurança que o estado não oferece.
Também serve de espelho para a hipocrisia da sociedade. Das “pessoas de bem” que vivem em belas casas, se dizem cristãs, mas por baixo dos panos escondem as maiores podridões. Vide o batismo final, quando Michael “renuncia a Satã” enquanto seus asseclas assassinam todos os rivais.
O Poderoso Chefão
The Godfather
Estados Unidos. 1972.
Direção: Francis Ford Coppola.
Com Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, John Cazale, Robert Duvall, Richard S. Castellano, Simonetta Stefanelli, Sterling Hayden, John Marley, Richard Conte, Al Lettieri, Diane Keaton, Abe Vigoda, Talia Shire, Gianni Russo, Rudy Bond, Al Martino, Morgana King, Lenny Montana, John Martino, Salvatore Corsitto.
175 minutos.
2 Comentários
Excelente texto. Parabéns!
ResponderExcluirOlá, obrigado pelo comentário. Mas não apareceu seu nome aqui.
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