Por André Azenha
Dennis Lee Hopper, nascido num dia 17 de maio em Dodge City, cidadezinha com pouco mais de 26 mil habitantes no estado do Kansas, EUA, foi o típico artista “maluco beleza”.
Ganhou notoriedade ao dirigir e atuar em Easy Rider : Sem Destino, de 1969, ao lado de Peter Fonda, clássico do gênero road movie e da contracultura dos EUA. A produção do filme foi um caos. Hopper proporcionou aos colegas verdadeiros “causos”. Ora por conta do uso de drogas, ora pela forma como tratava atores, produtores, e o parceiro Fonda, com quem brigou.
A fama de pessoa difícil quase acabou com sua carreira. Mas Hopper era o sujeito ideal para viver personagens malucos, temperamentais, excêntricos, partes dele mesmo. E foi assim que interpretou papéis importantes em Apocalipse Now (1979), dirigido por Francis Ford Coppola, e o vilão Frank Booth em Veludo Azul (1986), de David Linch.
Bem antes, nos anos 50, atuou com o amigo James Dean nos dramas Juventude Transviada e Giant – Assim Caminha a Humanidade. Outro papel de destaque foi o vilão de Velocidade Máxima (1994).
O ator também trabalhou na TV. Interpretou Ben Cerdans em 26 episódios da série Crash, entre 2008 e 2009. Ele também esteve na primeira temporada de 24 Horas. Seu último trabalho na direção de cinema foi o curta-metragem Homeless, de 2000.
Apesar de ser uma figura controversa, Dennis Hopper foi reconhecido por Hollywood. Teve duas indicações ao Oscar. A primeira pelo roteiro de Easy Rider e, depois, pela interpretação de um professor de basquete no drama Momentos Decisivos (1986).
Recebeu, em março de 2010, uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, em sua última aparição pública. A Câmara de Comércio de Hollywood, inclusive, organizou um ato no local quando foram depositadas flores e cartas de lembranças dos fãs do artista.
Em âmbito pessoal, o artista teve uma vida intensa, para o bem e para o mal. Não foram poucos os romances caóticos. Teve um casamento de apenas oito dias com a cantora do grupo The Mamas and the Papas, Michelle Phillips, e, meses antes de falecer, o divórcio de sua quinta esposa, Victória Duffy.
Deixou quatro filhos, e a lembrança de papéis inesquecíveis no cinema. Uma boa dica para quem quiser mais sobre os “causos” do artista é o livro Como a geração sexo-drogas-e-rock’n’roll salvou Hollywood, de Peter Biskind.
Particularmente, um personagem vivido por Hopper que me divertiu e marcou bastante foi em Amor à Queima Roupa, dirigido por Tony Scott e escrito por Quentin Tarantino, no qual o artista interpreta o pai de Christian Slater.
Partiu em 2010, num sábado, 29 de maio, aos 74 anos, em sua casa na Califórnia. Ele sofria de um câncer terminal na próstata.
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