Voltando a Viver (2002), estreia como diretor de cinema do astro Denzel Washington, contou a trajetória do marinheiro Antwone Fishe, interpretado por Derek Luke. O Grande Desafio, segundo trabalho do ator na direção, também investe na vida real de negros que, de alguma forma, tornaram-se personagens influentes da cultura dos Estados Unidos.
Assim como naquele filme, Washington também atua. Mas se na produção de 2002 ele foi coadjuvante, aqui ele protagoniza ao interpretar o verídico professor Melvin B. Tolson: o educador liderou uma turma de garotos prodígios da Willey College, instituição de ensino apenas para a comunidade preta.
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Incentivados pelo tutor, os jovens Henry Lowe (Nate Parker), Samantha Booke (Jurnee Smollett) e James Farmer Jr. (Denzel Whitaker) formaram uma equipe praticamente imbatível de debatedores (daí o título original, The Great Debaters; “os ótimos debatedores” em português) durante os anos 1920 e 1930 – primeiro, derrotaram as principais universidades para afrodescendentes e, depois, conseguiram um confronto histórico com a então toda poderosa Harvard, formada por alunos da elite branca – foi a primeira obra cinematográfica, desde 1979, que obteve autorização de ser filmada na universidade.
A competição, que não tem tradição no Brasil, coloca duas equipes de estudantes frente à frente. Elas precisam defender seus pontos de vista sobre temas pré-definidos, usando argumentação para convencer os jurados a lhes dar a vitória no debate.
Com um elenco notável, que inclui dois vencedores do Oscar (Washington e Forest Whitaker), e jovens talentosos, O Grande Desafio é um filme admirável e tem grandes momentos de interpretação. Por exemplo, a cena em que o personagem de Whitaker atropela um porco e precisa se desculpar com dois homens brancos, que o humilham. É revolvante. E mais revoltante ainda se pensamos que décadas se passaram e ainda presenciamos comportamentos iguais de pessoas privilegiadas que insistem em oprimir.
Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Dramático em 2008, e vencedor, no mesmo ano, do prêmio Stanley Kramer do Sindicato dos Produtores, saiu direto em DVD no Brasil e precisa ser descoberto. Nunca é demais aprender pelo exemplo de vida de pessoas que fizeram o bem e romperam barreiras, contando “apenas” com o dom da sabedoria e a fé em suas atitudes.
Um detalhe importante é que ao final, durante os letreiros, ficamos sabendo os destinos dos principais personagens.
Observação: Denzel Whitaker não tem parentesco com Forest.
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