Nascida no Texas, em 2 de fevereiro de 1947, ela era filha de Pauline Fawcett (Pauline
Alice Evans), uma dona de casa, e James Fawcett, um empreiteiro do setor
petrolífero. Atleta natural, algo incentivado por seu pai, ela frequentou uma
escola secundária com um forte programa de artes. Ingressou na Universidade do
Texas em Austin, formando-se em Microbiologia, mas seu verdadeiro desejo era
ser atriz.
Vencer um concurso de beleza no campus chamou a atenção de
um agente, que a encorajou a seguir na atuação. Após a formatura, mudou-se para
Los Angeles, onde sua beleza loira e saudável chamou imediatamente a atenção.
Rapidamente, conseguiu papéis em vários comerciais de
televisão para produtos como a pasta de dentes Ultra-Brite e o xampu Wella
Balsam, além de participar de algumas séries de TV. Em 1968, conheceu o ator
Lee Majors, estrela da popular série de TV The Big Valley (1965), em um
encontro às cegas organizado por seus publicitários.
Ele ficou encantado com ela e usou sua influência para impulsionar a carreira da atriz. Em 1969, fez sua estreia no cinema em Um Homem de Quem Eu Gosto (1969). No ano seguinte, apareceu na adaptação cinematográfica do best-seller de Gore Vidal, Homem e Mulher Até Certo Ponto (Myra Breckinridge) (1970), uma experiência desagradável devido a conflitos no set e ao fracasso do filme. No entanto, Farrah continuou a conquistar papéis.
Em 1973, casou-se com Majors e, no ano seguinte, obteve um
papel recorrente na série policial Harry O (1973). Seu primeiro grande
sucesso veio em 1976, com o filme de ficção científica Fuga do Século 23
(1976). Ela chamou a atenção do bem-sucedido produtor Aaron Spelling, que ficou
impressionado com sua beleza e personalidade vivaz, resultando em um papel na
série de TV As Panteras (1976). Interpretou uma investigadora privada
que trabalha para um empresário rico e misterioso, juntamente com outras duas
detetives glamorosas, interpretadas por Kate Jackson e Jaclyn Smith. O seriadose
tornou imediatamente a mais popular da televisão, conquistando recordes de
audiência. Farrah, Kate e Jaclyn tornaram-se muito populares, mas Farrah foi a
mais conhecida. Em 1977, ganhou o People's Choice Award de Melhor Atriz em um
Novo Programa de TV. Seu cabelo loiro, livre e ondulado, tornou-se um fenômeno,
com milhões de mulheres pedindo aos cabeleireiros para dar a elas O Corte
Farrah.
Farrah junto as colegas de As Panteras, em 1976. |
Farrah tornou-se uma empresária astuta, recebendo 10% dos
lucros de seu famoso pôster em um maiô vermelho, que vendeu milhões,
tornando-se a "It Girl" dos anos 1970.
Fawcett era a queridinha da América e se via em todas as
revistas de celebridades, sendo perseguida por fotógrafos e fãs. Embora tenha
desfrutado do sucesso e se relacionado bem com seus colegas de elenco (ambos
também originários do Sul), ela achou o material superficial. Além disso, as
longas horas de trabalho começavam a afetar seu casamento com Majors, que se
via eclipsado por sua popularidade. Assim, no ano seguinte, quando o programa
estava em seu auge, ela deixou a série para seguir uma carreira no cinema. Os
produtores de As Panteras a processaram, e os estúdios evitaram
contratá-la, perdendo o papel principal no filme de sucesso Golpe Sujo
(1978) para Goldie Hawn.
Eventualmente, a atriz e os produtores de As Panteras
chegaram a um acordo, onde ela faria participações especiais no seriado. Como
resultado da publicidade negativa e de algumas escolhas de roteiro ruins, sua
carreira teve brevemente um período de estagnação. Além disso, ela e Majors se
separaram em 1979. A artista teve papéis principais em Alguém Matou Seu
Marido (1978), A Morte Ronda a Pantera (1979) e Saturno 3 - O
Robot Assassino (1980) (no qual fez uma cena seminua), mas todos esses
filmes fracassaram financeiramente. Ela apareceu na comédia de perseguição de
Burt Reynolds Quem Não Corre, Voz (1981), que foi um sucesso financeiro,
mas recebeu não apenas críticas ruins, mas também má publicidade quando a dublê
de Farrah, Heidi Von Beltz, se envolveu em uma cena que deu terrivelmente
errado, deixando-a tetraplégica.
Fawcett com Cher no programa The Sonny and Cher Show., em 1976. |
Em 1981, Farrah conheceu Ryan O'Neal, um amigo de seu
marido, e eles começaram a se tornar amigos, passando muito tempo juntos. Ele
também a encorajou a voltar para a televisão, e ela recebeu boas críticas na
minissérie bem recebida Assassinato no Texas (1981). Em 1982, entrou com
o pedido de divórcio, que Majors concordou prontamente. Logo, ela e O'Neal
tornaram-se um casal e foram morar juntos. Estava determinada a se tornar uma
atriz dramática séria. Substituiu Susan Sarandon na peça teatral Extremidades,
onde interpretou uma vítima de estupro que reverte a situação contra seu
agressor. Isso a levou ao seu grande retorno, quando estrelou a impactante
história de uma esposa espancada em Cama Ardente (The Burning Bed,
1984), baseada em uma história real. O filme atraiu uma audiência
significativa, e os críticos deram as melhores avaliações de sua carreira pela
atuação sincera. Foi indicada tanto ao Emmy quanto ao Globo de Ouro e também se
envolveu em organizações que ajudam mulheres vítimas de violência doméstica. No
ano seguinte, ela e O'Neal tornaram-se pais de um filho, Redmond O'Neal. Ela
tentou manter o ímpeto com um papel principal na adaptação cinematográfica de Reduzida
ao Extremo (1986), e embora tenha recebido uma indicação ao Globo de Ouro,
o filme em si não foi um sucesso.
Continuou em busca de papéis mais sérios, aparecendo
principalmente na televisão. Obteve sucesso novamente em Small Sacrifices
(1989), mais uma vez baseado em um crime real. Interpretando uma mulher infeliz
obcecada pelo homem que ama a ponto de atirar em seus filhos para tornar-se
disponível, disfarçando o crime como um assalto de carro, Farrah novamente
recebeu críticas entusiasmadas. A produção teve grande audiência e acabou indicada
ao Emmy novamente. Pouco depois, ela e O'Neal co-estrelaram Good Sports
(1991), interpretando um casal que co-apresenta um programa de notícias
esportivas, mas a performance de O'Neal foi duramente criticada e apenas nove
episódios foram ao ar. Em 1995, Fawcett surpreendeu seus fãs posando para a Playboy
aos 48 anos, tornando-se a edição mais vendida da revista naquela década: 1.351.100
exemplares.
No entanto, seu relacionamento com O'Neal se deteriorava e, em 1997, eles terminaram. Posou novamente para a Playboy, aos 50 anos. Visando promover a edição, ela apareceu no Late Show with David Letterman (1993) e deu uma entrevista confusa, alimentando rumores sobre uso de drogas. No mesmo ano, no entanto, fez outro retorno em O Apóstolo (1997), quando viveu a esposa negligenciada de um pregador pentecostal, interpretado por Robert Duvall. Ambas as estrelas foram elogiadas, e o filme se tornou um sucesso surpreendente. Ttambém começou a namorar James Orr, que a havia dirigido anteriormente no filme O Homem da Casa (1995). Um incidente entre eles ocorreu em 1998, e Farrah sofreu lesões. O escândalo ganhou manchetes nacionais, especialmente depois que tabloides publicaram fotos de Farrah lesionada. As autoridades compeliram Fawcett a testemunhar contra Orr no tribunal, e ele foi considerado culpado de agressão, recebendo uma sentença mínima. Envergonhada, a atriz reduziu suas aparições e sua carreira perdeu impulso, mas continuou a trabalhar na televisão e no cinema. Ela e O'Neal também voltaram a se encontrar quando ele foi diagnosticado com leucemia.
Com Ryan O'Neal. |
O novo milênio trouxe altos e baixos. Em 2000, atuou ao lado
de Richard Gere no filme de Robert Altman, Dr. T e as Mulheres (2000).
Seu filho Redmond teve problemas com o abuso de drogas e passou por prisões.
Em 2001, ela perdeu a única irmã, Diane Fawcett Walls, para
o câncer. Em 2004, ela recebeu sua terceira indicação ao Emmy por sua atuação
em The Guardian (2003) e estrelou seu próprio reality show, intitulado Chasing
Farrah, em 2005, ao lado de Ryan O'Neal, mas o programa terminou após
apenas sete episódios. No mesmo ano, ficou arrasada quando sua amada mãe,
Pauline Fawcett, faleceu. Em 2006, o produtor Aaron Spelling morreu, e ela se
reuniu famosamente com suas colegas de As Panteras, Kate Jackson e
Jaclyn Smith, no Emmy, em homenagem a ele.
Parecia bronzeada e saudável, mas logo foi diagnosticada com
câncer no reto. Pediu a sua amiga Alana Stewart que a acompanhasse e a filmasse
durante as consultas médicas. Esses vídeos resultaram no documentário Farrah's
Story (2009), co-produzido por Fawcett. Foi ao ar em 2009, e os
espectadores ficaram chocados ao ver a estrela com a cabeça raspada e
constantemente em estado de dor. Ryan O'Neal e Alana Stewart estavam
constantemente ao seu lado, e suas colegas de As Panteras, Kate Jackson
e Jaclyn Smith, também a visitaram, marcando a última vez que todas as três
Angels originais apareceram juntas na televisão. O documentário foi um sucesso
de audiência e recebeu uma indicação ao Emmy como Melhor Especial
Não-Ficcional.
Em 25 de junho de 2009, Farrah perdeu sua batalha contra o
câncer e faleceu aos 62 anos. Na mesma data que Michael Jackson. Deixou a maior
parte de seu patrimônio para o único filho, Redmond, e o fundo fiduciário
permitiu a criação da Fundação Farrah Fawcett, que fornece financiamento para
pesquisa e prevenção do câncer. Alana Stewart é a presidente da fundação, e o
marido de Jaclyn Smith, Dr. Brad Allen, faz parte do conselho de diretores.
Ryan O'Neal e o sobrinho de Farrah, Greg Walls, também fazem parte do conselho
consultivo, mantendo viva a herança dela.
Estrela de Fawcett na Calçada da Fama, em Hollywood, após sua morte. |
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