A recente decisão da Disney de convidar a imprensa brasileira para assistir a apenas 37 minutos de Deadpool & Wolverine (que estreia na próxima semana), mesmo com o aval dos realizadores e a presença dos astros Ryan Reynolds e Hugh Jackman, levanta uma série de questões sobre a integridade da crítica cinematográfica. Embora uma exibição oficial com a presença de grandes nomes do elenco possa parecer um evento significativo, críticas de filmes devem se basear na exibição completa da obra.
É compreensível a atuação do marketing para um blockbuster desse tamanho, já que gerar expectativa e engajamento é uma estratégia comum e eficaz. No entanto, o problema se aprofunda quando sites começam a publicar "críticas" baseadas em trechos do longa. Avaliar um filme com base em uma parte isolada é inadequado e pode resultar em julgamentos prematuros.
Um filme é um conjunto complexo de elementos interligados, e qualquer parte isolada pode não refletir a qualidade ou a intenção da obra como um todo. Fazer críticas baseadas em fragmentos prejudica a análise e desrespeita o trabalho dos cineastas que dedicam tempo e esforço para criar uma narrativa coesa.
Além disso, há uma crescente confusão entre influenciadores que são fãs e críticos profissionais. Embora não haja problema na existência de canais e blogs de fãs, é importante reconhecer que o que eles fazem não é crítica cinematográfica na acepção do termo e da profissão. Seus comentários e análises são frequentemente baseados em entusiasmo e opinião pessoal, o que é válido e tem seu lugar, mas não substitui a crítica fundamentada e abrangente.
Esse tipo de prática diminui a credibilidade do jornalismo cinematográfico. Ao focar em obter cliques e audiência rápida, a profundidade e a qualidade das críticas são comprometidas. Isso prejudica o leitor, que recebe uma análise incompleta e possivelmente enganosa, e superficializa todo o processo crítico, tornando-o mais uma ferramenta de marketing do que um serviço ao público.
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