Milly Lacombe está absolutamente certa ao afirmar que Marta é muito maior que Neymar. Para Neymar se comparar a Marta, ele teria que ser seis vezes melhor do mundo. E convenhamos, isso está longe de acontecer.
Marta, ao longo da carreira, venceu em campo e travou batalhas fora dele. Em um país que ignorou o futebol feminino por décadas, com exceção de Luciano do Valle e a Bandeirantes, que ajudaram a abrir portas e merecem o devido reconhecimento, ela se ergueu como uma gigante, conquistando o mundo com talento e dedicação. Marta abriu portas para futuras gerações de meninas que sonham em um dia vestir a camisa da seleção. O legado vai muito além dos gramados: é um símbolo de resistência, de luta por igualdade e de excelência em um ambiente hostil.
Enquanto isso, Neymar, apesar do talento inegável, parece mais interessado em manchetes fora de campo do que em grandes feitos dentro dele. Marta precisou lutar contra a falta de estrutura e investimento no futebol feminino. Neymar cresceu cercado de privilégios. E o que ele fez com isso? Algumas jogadas bonitas aqui, um drible ali e, claro, muitas lesões. Se lesão fosse critério para ser o melhor do mundo, Neymar já teria superado Marta, mas esse não é o caso.
Marta foi seis vezes a melhor do mundo, em um cenário onde o futebol feminino ainda enfrenta enormes dificuldades. Neymar, que deveria brilhar no futebol masculino, um esporte que no Brasil é quase uma religião, acumula polêmicas e decepções. Idolatrar Neymar por habilidade em campo, sem questionar atitudes fora dele, é ignorar o verdadeiro papel de um ídolo.
Neymar representa uma cultura de ostentação que cada vez mais se distancia do que realmente importa. Enquanto Marta luta por igualdade, Neymar exibe carrões, joias e festas milionárias. Em um país com tantas desigualdades, a mensagem transmitida por Neymar reforça um modelo de vida que prioriza a aparência e o luxo em detrimento do esforço, da ética e da verdadeira paixão pelo esporte. Neymar simboliza a superficialidade de quem prefere ser uma celebridade em vez de um ícone esportivo, alguém que prefere flashes e manchetes a um legado sólido.
Ídolos se forjam pelo impacto que causam dentro e fora de campo. Marta contribuiu para o esporte como um todo, superou adversidades e deixou um legado indiscutível. Neymar, por outro lado, parece mais interessado em ser uma celebridade do que um ícone esportivo. E é por isso que, sim, Marta é muito maior que Neymar. E ele precisaria de muito mais do que alguns troféus para chegar aos pés dela.
E, para quem ainda duvida, basta lembrar o momento emblemático das Olimpíadas de 2016, quando um menino riscou o nome de Neymar em sua camisa da seleção e escreveu "Marta" por cima. Esse gesto simples, mas poderoso, simboliza a verdadeira grandeza e o impacto duradouro da Rainha do Futebol.
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