Titanic 2, com Catherine Zeta-Jones, outra 'sacada' de Silvio Santos



Quando mencionamos "Titanic" no cinema, imediatamente pensamos em Jack e Rose, James Cameron, Celine Dion e as muitas estatuetas do Oscar. O filme de 1997 se tornou merecidamente a versão mais conhecida do desastre. Entretanto, um ano antes, uma outra obra homônima da CBS pode ter sido a inspiração para o longa que transformou nossa experiência cinematográfica.

Em novembro de 1996, a CBS estadunidense lançou "Titanic", minissérie de dois capítulos - posteriormente transformada em telefilme pela emissora). No Brasil, foi ao ar pelo SBT no início dos anos 2000, ganhando a curiosa alcunha de "Titanic 2". Esta produção contava com um elenco renomado, incluindo Catherine Zeta-Jones, Peter Gallagher, Tim Curry, Eva Marie Saint, George C. Scott, Felicity Waterman e Marilu Henner.


Na época, Zeta-Jones estava em ascensão após ganhar reconhecimento pela atuação em filmes como "A Peça da Rainha" e antes do grande sucesso em "A Máscara do Zorro" e "Chicago".

Dirigida por Robert Lieberman - experiente em trabalhos de televisão  ("Firestarter" e "The Dangerous Lives of Altar Boys"),
a minissérie teve um orçamento de US$ 7 milhões. Apesar dos recursos limitados, se esforçou para recriar fielmente o interior do famoso navio, os luxuosos salões e a icônica escadaria com relógio. O cineasta revelou que os figurinos usados, alugados de uma loja no Reino Unido, foram reutilizados por James Cameron um ano depois.

A exemplo da superprodução de Cameron, o "Titanic" de 1996 igualmente é centrado em um romance proibido: entre os aristocratas Isabella Paradine (Catherine Zeta-Jones) e Wynn Park (Peter Gallagher). Ela é casada; ele, um ex-namorado. O casal revive seu amor intensamente durante quatro dias, de forma semelhante a Rose (Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio). No final, Park também encontra um destino trágico no naufrágio.


A trama inclui outros dois núcleos: uma família aparentemente feliz com uma babá que esconde segredo perigoso e um homem que sonha em recomeçar a vida nos EUA.

Baseadas em relatos reais, várias cenas das duas obras são incrivelmente semelhantes. 

Após a colisão com o iceberg, as protagonistas de ambas são colocadas em botes salva-vidas, descendo lentamente enquanto observam seus amores no convés. A diferença é que Rose volta para o navio antes de chegar ao mar. E durante o caos do naufrágio, um oficial tenta controlar a multidão e atira em um homem, arrependendo-se e tirando a própria vida em seguida.

O telefilme talvez teria sido esquecido se não fosse pela histórica disputa de audiência entre o SBT e a Globo.

O "Titanic" de James Cameron estreou nos cinemas brasileiros em janeiro de 1998 e ganhou ainda mais notoriedade após vencer 11 dos 14 Oscars a que foi indicado, incluindo Melhor Filme e Direção. A estreia na TV aberta ocorreu no final de 2000, pela emissora carioca, dividida em duas partes.


A resposta do SBT veio em 2 de janeiro de 2001, quando Silvio Santos exibiu a versão de 1996, alegando ser uma continuação da história de Jack e Rose, o que obviamente não era verdade. O "Homem do Baú", conhecido pelas táticas ousadas (ou picaretas), já havia renomeado a série "Ohara", estrelada por Pat Morita (o Sr. Miyagi de "Karatê Kid"), chamando-a de "Karatê Kid Ohara" para aproveitar o sucesso dos longas estrelados por Daniel San. 

"Titanic 2" foi reprisado pelo SBT em 2006 e 2008, com chamadas prometendo revelar "O que não foi revelado no Titanic 1…".

Tem curiosidade para ver este "Titanic"?  Depende do SBT reprisá-lo. Pois está versão ainda não está disponível em streaming nem em DVD. 


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