Thundercats: A Série dos Anos 80 que Marcou uma Geração e Continua a Encantar Fãs

 

Nos anos 1980, a televisão foi palco de uma verdadeira revolução na animação. He-Man, Super Amigos, Transformers, Cavalo de Fogo, Caverna do Dragão e Os Defensores da Terra cativaram uma geração com aventuras épicas e heróis inesquecíveis. No entanto, entre todas essas produções, Thundercats talvez seja a mais criativa. Criada por Tobin "Ted" Wolf e produzida pela Rankin/Bass Productions, estreou em 1985 e rapidamente conquistou o coração de milhões de espectadores ao apresentador um universo vasto e encantador.

Desde o início, a animação apresentou uma premissa fascinante: os Thundercats, um grupo de guerreiros felinos do planeta Thundera, escapam da destruição de de sua terra natal e buscam refúgio no Terceiro Mundo. Lion-O, o jovem herdeiro ao trono, é o protagonista dessa saga, mas ele não é um herói comum. Quando a nave dos heróis é forçada a viajar pelo espaço, o protagonista, ainda uma criança, envelhece fisicamente durante a viagem devido a uma falha em sua cápsula. Ao despertar, se vê em um corpo adulto, mas com a mentalidade e a inexperiência de um garoto.

Ao lado de Lion-O, outros membros do grupo desempenham papéis essenciais. Panthro, o engenheiro e guerreiro sábio, Tygra, mestre da camuflagem e da ilusão, e Cheetara, a veloz e intuitiva guerreira, formam o núcleo da equipe.

Cheetara, aliás, se tornou um crush de muitos fãs, sinônimo de força, coragem e beleza encantando crianças e adolescentes da época. Muitos torciam para que ela e Lion-O ficassem juntos, embora o seriado nunca tenha desenvolvido um romance explícito entre os dois. Foi, também, pioneira: uma heroína independente, astuta, diferente das donzelas em perigo de outros desenhos animados.

As crianças dos Thundercats, WilyKit e WilyKat, também desempenham papéis importantes. Esses irmãos gêmeos, com suas habilidades de velocidade e astúcia, frequentemente se metem em confusões, e ajudam os adultos em suas missões. Além deles, o bicho de estimação dos Thundercats, o adorável Snarf, é um companheiro leal que oferece apoio e alívio cômico durante as aventuras.

A Toca dos Gatos, a base dos Thundercats no Terceiro Mundo, é um símbolo de resistência e união. Uma fortaleza imponente, em forma de um gigantesco felino, a Toca abriga os Thundercats e se torna o centro de suas operações contra os inimigos que ameaçam a paz.

Um personagem crucial na formação de Lion-O é Jaga, o mentor espiritual dos Thundercats. Jaga, o antigo líder, sacrifica sua vida para garantir a fuga dos Thundercats de Thundera, porém continua a aparecer em forma de espírito, guiando Lion-O e oferecendo conselhos sábios. Remete a Obi-Wan Kenobi em Star Wars, que, mesmo após a morte, continua a guiar Luke Skywalker.

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Os vilões variam entre o temor e o engraçado. O principal antagonista é Mumm-Ra, o mal encarnado, um feiticeiro mumificado que pode se transformar em uma criatura poderosa ao invocar os "Espíritos do Mal". A frase "Antigos Espíritos do Mal, transformem esta forma decadente em Mumm-Ra, o de vida eterna!" ressoava assustadoramente em muitos dos episódios. Tínhamos medo dele. Já os Mutantes de Plun-Darr, liderados por Escamoso e seus subordinados Simiano, Chacal, Abutre eram desajeitados e chegávamos a ter pena. Um olhar mais profundo nos mostra que eles eram, na verdade, seres marginalizados, tipo os vilões do universo Batman, frutos do caos, da desigualdade, da exploração. Se em Batman havia um quê mais intenso de saúde mental deteriorada, aqui a diferença é social.

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A Espada Justiceira, portadora do Olho de Thundera, quando empunhada por Lion-O, concede ao líder uma visão além do alcance: revela perigos e guia os Thundercats em momentos críticos. A frase "Espada Justiceira, dê-me a visão além do alcance!" tornou-se marca registrada da série e imitávamos este gesto com cópias piratas vendidas na feira e em lojinhas de bairro. A Espada também tem a habilidade de crescer em tamanho e força quando Lion-O invoca o chamado dos Thundercats: "Thundercats, Hooo!", que ecoava por todo o Terceiro Mundo e reunia a equipe para a batalha.

Durante as quatro temporadas da série original, novos Thundercats foram introduzidos, expandindo o elenco e enriquecendo a narrativa. Entre eles, destacam-se Bengali, o ferreiro que repara a Espada Justiceira; Lynx-O, o sábio e cego Thundercat com habilidades sensoriais extraordinárias; e Pumyra, a ágil e corajosa guerreira. Esses personagens trouxeram novas dinâmicas e desafios.

Moon-Ra era uma referência ao Egito. 

Quando comparado a outras sagas épicas, Senhor dos Anéis ou Star Wars, por exemplo, Thundercats não fica para trás em diversidade de personagens e riqueza de seu universo. Abordava temas de inclusão e diversidade ao apresentar um elenco de heróis e vilões que eram completamente diferentes uns dos outros, que precisavam coexistir e, em alguns casos, até colaborar para sobreviver. O Terceiro Mundo, com suas diferentes espécies e criaturas, era um reflexo de um mundo onde a aceitação das diferenças era necessária para o equilíbrio e a paz.

A versão de 2011 era interessante. 

Em 2011, um remake de Thundercats foi lançado pela Warner Bros. Animation e exibido originalmente no Cartoon Network. Esta nova versão apresentava uma visão moderna e sombria dos Thundercats. A animação era mais sofisticada e o enredo aprofundava a história e os personagens. Apesar de ter sido bem recebida por críticos e fãs, teve apenas uma temporada com 26 episódios. Foi cancelada em 2012 devido a questões de audiência e vendas de brinquedos.

Bonecos da Glasslite lançados no Brasil. 

A popularidade da franquia não ficou restrita à televisão. Além de uma extensa linha de brinquedos (no Brasil, lançados pela Glasslite), t foi adaptada para histórias em quadrinhos, inicialmente pela Marvel Comics e, mais tarde, pela DC Comics.

Thundercats Roar gerou o ódio dos fãs. 

Em 2020, Thundercats Roar trouxe um tom completamente diferente, mais cômico e voltado ao público infantil. O que deixou revoltados os fãs mais antigos.

Além disso, a música de abertura de Thundercats, composta por Bernard Hoffer e gravada por um grupo de músicos talentosos, capturava perfeitamente a essência épica e energética da animação. Provavelmente a melhor abertura de desenhos animados da história, rivalizando com a de Batman: A Série Animada.

Ficamos no aguardo para uma versão para o cinema desta série maravilhosa. 

Chacal, Escamoso e Simiano, os Mutantes vilões.