A animação "Transformers: O Início" (Transformers One) oferece uma narrativa mais focada, com profundidade e emoção do que os longas em live action. Assim como em "X-Men: Primeira Classe", o filme explora o início de uma relação de amizade que, com o tempo, se transforma em uma rivalidade amarga, à medida que os personagens enfrentam o mundo de maneiras distintas. Acompanhamos o surgimento da inimizade entre Optimus Prime e Megatron, que antes eram aliados, assim como Professor Xavier e Magneto.
Bem quando estamos à beira de desistir de franquias que repetem infinitamente as mesmas fórmulas, "Transformers One", dirigido por Josh Cooley, aparece com uma abordagem fresca e inesperadamente sincera. O título original confiante da obra sugere algo novo, como se fosse a primeira vez que um longa da série Transformers estivesse sendo feito. E Cooley, que já havia conseguido reinventar personagens familiares em "Toy Story 4", faz o mesmo aqui, elaborando uma rica história de origem para os Autobots e Decepticons, personagens que nunca foram conhecidos por sua profundidade psicológica.
O filme nos transporta para um momento anterior à guerra que conhecemos, quando Optimus Prime e Megatron ainda eram amigos e trabalhadores explorados em seu mundo natal. À medida que as adversidades surgem, ambos lidam com as diferenças de maneira oposta, levando-os a se separar e, eventualmente, se tornarem líderes de facções rivais. Esse processo de transformação, apresentado com nuances emocionais e complexidade, evoca comparações com as prequels de "Star Wars", onde os amigos Obi-Wan Kenobi e Anakin Skywalker acabam se encontrando em lados opostos da Força.
Com uma narrativa que equilibra tensão e desenvolvimento de personagens, "Transformers: O Início" reinventa a franquia de uma forma que parecia impossível. É uma trama de origem emocionante e traz uma nova perspectiva sobre a eterna batalha entre Autobots e Decepticons.
A história se passa inteiramente em Cybertron, sem interação com humanos, explorando a fundo a origem do conflito entre Autobots e Decepticons. Isso confere ao longa uma identidade própria, destacando os dilemas e motivações de seus protagonistas em um ambiente alienígena, mas emocionalmente familiar.
No entanto, essa não é a primeira vez que uma animação dos Transformers chega às telonas. Em 1986, "Transformers: O Filme" foi lançado, dirigido por Nelson Shin, e trazia uma história dramática que chocou muitos fãs. Apresentava a morte de Optimus Prime, algo impensável para a época, e introduzia o vilão Unicron, um planeta devorador de mundos. Com uma trilha sonora marcante e uma animação estilizada, o filme dos anos 80 se tornou um clássico cult, sendo um marco importante para a franquia e deixando um legado duradouro entre os fãs.
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